A frase de efeito de um convidado da CNBC gerou um "mal-entendido tarifário" de 3 trilhões de dólares, tornando-se os 10 minutos mais absurdos da história financeira.
No dia 7 de abril, uma notícia de que "Trump está considerando suspender as tarifas por 90 dias para alguns países" caiu como uma bomba no mercado financeiro. Mas ninguém esperava que esta fosse mais uma "fake news" digna de ser registrada na história.
O uvo original vem de um "Yep"
No dia 7 de abril, o momento era de baixa no mercado de ações dos EUA, que estava em queda há três dias. Às 10h10 da manhã, hora do leste dos EUA, um boato surgiu de repente: a Casa Branca estava considerando "suspender as tarifas por 90 dias". Assim que a notícia foi divulgada, o mercado imediatamente se agitou. Apenas 5 minutos depois, às 10h15, a CNBC relatou que Trump estava considerando implementar uma suspensão de tarifas por 90 dias para todos os países, exceto a China. Essa notícia explosiva deixou os investidores empolgados. Às 10h18, o índice S&P 500 disparou a partir do seu ponto mais baixo, com um aumento de valor de mercado superior a 3 trilhões de dólares, como se o mercado estivesse sentindo o cheiro de um tão esperado mercado em alta, e os investidores começaram a especular que isso poderia ser um sinal de mudança na política de Trump.
No entanto, a reversão da trama veio rápido demais. Às 10h25, foi noticiado que a Casa Branca "não tinha ideia" sobre "Trump considerar uma moratória tarifária de 90 dias". Imediatamente depois, às 10h26, a CNBC admitiu que a manchete anterior da moratória tarifária de 90 dias estava incorreta. Às 10h34, a Casa Branca veio oficialmente a público e descartou o boato como "fake news". O clima do mercado é como uma montanha-russa, dando uma guinada brusca. Às 10h40, o S&P 500, que havia subido apenas 22 minutos antes, recuou rapidamente, varrendo US$ 2,5 trilhões de sua máxima. O frenesi fluiu e fluiu, deixando os investidores no prejuízo.
A origem deste mal-entendido aponta para Hassett. Mais cedo naquele dia, ele deu uma entrevista à Fox News, onde o apresentador Jim De fez uma pergunta impactante: "Trump consideraria suspender as tarifas por 90 dias?" Hassett começou com um "Yep" (sim) e depois respondeu: "Eu acho que o presidente tomará sua decisão... mesmo que você pense que haverá alguns impactos negativos no comércio, isso representa apenas uma pequena parte do PIB." Esse "Yep" se tornou o estopim. O blog financeiro Zerohedge analisou que o mercado parece ter entendido erroneamente que isso era um sinal de que Hassett concordava, mas na verdade, ele estava apenas usando essa interjeição para indicar que ouviu a pergunta, sem confirmar qualquer política.
Nunca na história houve uma cena tão dramática: em apenas 30 minutos, notícias falsas levantaram ondas de trilhões e rapidamente colocaram tudo de volta ao seu lugar.
Quem paga os impostos de importação
Desde que Trump assumiu o poder, tem levantado a bandeira do "América em Primeiro Lugar", brandindo a vara das tarifas contra principais parceiros comerciais como a China e a União Europeia, tentando proteger a indústria doméstica e reduzir o déficit comercial. Mas será que este "guarda-chuva protetor" realmente pode bloquear os ventos e a chuva? A realidade provavelmente não é tão simples.
Na segunda-feira, o mercado de ações dos EUA abriu, já em um estado de turbulência. As altas tarifas impostas por Trump a parceiros comerciais importantes levaram o índice S&P 500 (SPY) a entrar no seu primeiro mercado em baixa desde o início da pandemia de COVID-19. De acordo com dados em tempo real, o preço de abertura do índice S&P 500 (SPY) naquele dia foi de 489,19 dólares, mas durante a manhã caiu para um mínimo anual de 483,122 dólares. No entanto, quando surgiram rumores de uma "suspensão de tarifas", às 10h15, o SPY disparou para 512,155 dólares, com sua capitalização de mercado aumentando drasticamente. Contudo, assim que a mensagem de esclarecimento foi divulgada, às 10h45, o SPY recuou para 504,19 dólares, enquanto os investidores viam trilhões de riqueza evaporarem.
Este incidente não é isolado. Na semana passada, após Trump anunciar "a barreira comercial mais severa do século", o índice S&P 500 caiu 20% em relação ao pico histórico de 19 de fevereiro, com uma perda de valor de mercado de cerca de 9,5 trilhões de dólares, e a rapidez da queda é a segunda maior entre os 14 mercados em baixa desde 1945. O indicador de pânico de Wall Street - o índice de volatilidade da Chicago Board Options Exchange (VIX), fechou na sexta-feira passada em 45, subindo para 60 na segunda-feira à noite, muito acima da média de longo prazo de 20, indicando que o pânico do mercado atingiu o auge.
A verdadeira sombra já paira sobre o mercado. Dados da CFRA mostram que o índice S&P 500 despencou 3,5% na abertura de segunda-feira, oficialmente entrando em um mercado em baixa. As ações de tecnologia foram as mais afetadas, com a gigante de chips Nvidia (NVDA) caindo 32% em relação ao ponto alto do ano, após uma breve alta de 87,46 dólares para 100,829 dólares, antes de voltar a 94,219 dólares. A Tesla (TSLA) teve uma queda de cerca de 35%, oscilando de 223,78 dólares a 227,906 dólares no mesmo dia. A Palantir (PLTR) teve uma performance ainda pior, subindo brevemente de 66,65 dólares para 77,989 dólares, antes de fechar a 74,001 dólares. A Supermicro (SMCI), On Semiconductor (ON) e Micron Technology (MU) caíram mais de 37%. O setor de turismo também está em crise, com a Delta Airlines (DAL) e a Norwegian Cruise Line (NCLH) vendo suas ações despencarem mais de 40%.
Esta falsa notícia, embora tenha sido um mal-entendido, fez com que as pessoas reavaliassem a letalidade da política tarifária de Trump. As altas tarifas aumentam os custos dos produtos importados, e os consumidores americanos são os mais afetados. Por exemplo, um smartphone fabricado na China pode aumentar de 1000 dólares para 1250 dólares devido a uma tarifa de 25%. As empresas também não estão em uma boa situação; a Tesla (TSLA), que depende da cadeia de suprimentos global, pode ver seus custos de produção aumentarem com o aumento das tarifas, pressionando o preço das ações. Além disso, gigantes dos chips como a NVIDIA (NVDA) enfrentam o aumento dos preços das peças importadas, reduzindo suas margens de lucro.
No âmbito internacional, as tarifas provocam uma reação em cadeia de retaliação. A China e a União Europeia podem aumentar os impostos sobre a soja e os aviões dos EUA, agravando a situação da indústria exportadora. A cadeia de abastecimento global está desorganizada, os preços do petróleo e das commodities estão a despencar, e o mercado está em ruínas. Doug Ramsey, o diretor de investimentos do grupo Leuthold, alertou: "Esta queda pode ser o início de um novo ciclo de mercado em baixa."
Embora o tumulto no mercado gerado por uma legenda falsa tenha sido breve, ele refletiu como um espelho o profundo impacto das políticas tarifárias. O esclarecimento da Casa Branca acalmou os rumores, mas não conseguiu acalmar a inquietação do mercado. Como Trump jogará suas cartas no futuro, ainda precisamos ficar de olhos bem abertos.
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A frase de efeito de um convidado da CNBC gerou um "mal-entendido tarifário" de 3 trilhões de dólares, tornando-se os 10 minutos mais absurdos da história financeira.
No dia 7 de abril, uma notícia de que "Trump está considerando suspender as tarifas por 90 dias para alguns países" caiu como uma bomba no mercado financeiro. Mas ninguém esperava que esta fosse mais uma "fake news" digna de ser registrada na história.
O uvo original vem de um "Yep"
No dia 7 de abril, o momento era de baixa no mercado de ações dos EUA, que estava em queda há três dias. Às 10h10 da manhã, hora do leste dos EUA, um boato surgiu de repente: a Casa Branca estava considerando "suspender as tarifas por 90 dias". Assim que a notícia foi divulgada, o mercado imediatamente se agitou. Apenas 5 minutos depois, às 10h15, a CNBC relatou que Trump estava considerando implementar uma suspensão de tarifas por 90 dias para todos os países, exceto a China. Essa notícia explosiva deixou os investidores empolgados. Às 10h18, o índice S&P 500 disparou a partir do seu ponto mais baixo, com um aumento de valor de mercado superior a 3 trilhões de dólares, como se o mercado estivesse sentindo o cheiro de um tão esperado mercado em alta, e os investidores começaram a especular que isso poderia ser um sinal de mudança na política de Trump.
No entanto, a reversão da trama veio rápido demais. Às 10h25, foi noticiado que a Casa Branca "não tinha ideia" sobre "Trump considerar uma moratória tarifária de 90 dias". Imediatamente depois, às 10h26, a CNBC admitiu que a manchete anterior da moratória tarifária de 90 dias estava incorreta. Às 10h34, a Casa Branca veio oficialmente a público e descartou o boato como "fake news". O clima do mercado é como uma montanha-russa, dando uma guinada brusca. Às 10h40, o S&P 500, que havia subido apenas 22 minutos antes, recuou rapidamente, varrendo US$ 2,5 trilhões de sua máxima. O frenesi fluiu e fluiu, deixando os investidores no prejuízo.
A origem deste mal-entendido aponta para Hassett. Mais cedo naquele dia, ele deu uma entrevista à Fox News, onde o apresentador Jim De fez uma pergunta impactante: "Trump consideraria suspender as tarifas por 90 dias?" Hassett começou com um "Yep" (sim) e depois respondeu: "Eu acho que o presidente tomará sua decisão... mesmo que você pense que haverá alguns impactos negativos no comércio, isso representa apenas uma pequena parte do PIB." Esse "Yep" se tornou o estopim. O blog financeiro Zerohedge analisou que o mercado parece ter entendido erroneamente que isso era um sinal de que Hassett concordava, mas na verdade, ele estava apenas usando essa interjeição para indicar que ouviu a pergunta, sem confirmar qualquer política.
Nunca na história houve uma cena tão dramática: em apenas 30 minutos, notícias falsas levantaram ondas de trilhões e rapidamente colocaram tudo de volta ao seu lugar.
Quem paga os impostos de importação
Desde que Trump assumiu o poder, tem levantado a bandeira do "América em Primeiro Lugar", brandindo a vara das tarifas contra principais parceiros comerciais como a China e a União Europeia, tentando proteger a indústria doméstica e reduzir o déficit comercial. Mas será que este "guarda-chuva protetor" realmente pode bloquear os ventos e a chuva? A realidade provavelmente não é tão simples.
Na segunda-feira, o mercado de ações dos EUA abriu, já em um estado de turbulência. As altas tarifas impostas por Trump a parceiros comerciais importantes levaram o índice S&P 500 (SPY) a entrar no seu primeiro mercado em baixa desde o início da pandemia de COVID-19. De acordo com dados em tempo real, o preço de abertura do índice S&P 500 (SPY) naquele dia foi de 489,19 dólares, mas durante a manhã caiu para um mínimo anual de 483,122 dólares. No entanto, quando surgiram rumores de uma "suspensão de tarifas", às 10h15, o SPY disparou para 512,155 dólares, com sua capitalização de mercado aumentando drasticamente. Contudo, assim que a mensagem de esclarecimento foi divulgada, às 10h45, o SPY recuou para 504,19 dólares, enquanto os investidores viam trilhões de riqueza evaporarem.
Este incidente não é isolado. Na semana passada, após Trump anunciar "a barreira comercial mais severa do século", o índice S&P 500 caiu 20% em relação ao pico histórico de 19 de fevereiro, com uma perda de valor de mercado de cerca de 9,5 trilhões de dólares, e a rapidez da queda é a segunda maior entre os 14 mercados em baixa desde 1945. O indicador de pânico de Wall Street - o índice de volatilidade da Chicago Board Options Exchange (VIX), fechou na sexta-feira passada em 45, subindo para 60 na segunda-feira à noite, muito acima da média de longo prazo de 20, indicando que o pânico do mercado atingiu o auge.
A verdadeira sombra já paira sobre o mercado. Dados da CFRA mostram que o índice S&P 500 despencou 3,5% na abertura de segunda-feira, oficialmente entrando em um mercado em baixa. As ações de tecnologia foram as mais afetadas, com a gigante de chips Nvidia (NVDA) caindo 32% em relação ao ponto alto do ano, após uma breve alta de 87,46 dólares para 100,829 dólares, antes de voltar a 94,219 dólares. A Tesla (TSLA) teve uma queda de cerca de 35%, oscilando de 223,78 dólares a 227,906 dólares no mesmo dia. A Palantir (PLTR) teve uma performance ainda pior, subindo brevemente de 66,65 dólares para 77,989 dólares, antes de fechar a 74,001 dólares. A Supermicro (SMCI), On Semiconductor (ON) e Micron Technology (MU) caíram mais de 37%. O setor de turismo também está em crise, com a Delta Airlines (DAL) e a Norwegian Cruise Line (NCLH) vendo suas ações despencarem mais de 40%.
Esta falsa notícia, embora tenha sido um mal-entendido, fez com que as pessoas reavaliassem a letalidade da política tarifária de Trump. As altas tarifas aumentam os custos dos produtos importados, e os consumidores americanos são os mais afetados. Por exemplo, um smartphone fabricado na China pode aumentar de 1000 dólares para 1250 dólares devido a uma tarifa de 25%. As empresas também não estão em uma boa situação; a Tesla (TSLA), que depende da cadeia de suprimentos global, pode ver seus custos de produção aumentarem com o aumento das tarifas, pressionando o preço das ações. Além disso, gigantes dos chips como a NVIDIA (NVDA) enfrentam o aumento dos preços das peças importadas, reduzindo suas margens de lucro.
No âmbito internacional, as tarifas provocam uma reação em cadeia de retaliação. A China e a União Europeia podem aumentar os impostos sobre a soja e os aviões dos EUA, agravando a situação da indústria exportadora. A cadeia de abastecimento global está desorganizada, os preços do petróleo e das commodities estão a despencar, e o mercado está em ruínas. Doug Ramsey, o diretor de investimentos do grupo Leuthold, alertou: "Esta queda pode ser o início de um novo ciclo de mercado em baixa."
Embora o tumulto no mercado gerado por uma legenda falsa tenha sido breve, ele refletiu como um espelho o profundo impacto das políticas tarifárias. O esclarecimento da Casa Branca acalmou os rumores, mas não conseguiu acalmar a inquietação do mercado. Como Trump jogará suas cartas no futuro, ainda precisamos ficar de olhos bem abertos.