Aqui está algo que os mercados sussurram, mas poucos dizem em voz alta: as economias asiáticas não estão apenas a redirecionar as suas cadeias de abastecimento para contornar a guerra de tarifas de Washington. Estão também, discretamente, a retirar as suas operações de financiamento dos mercados norte-americanos.

Esta migração de capital diz tudo sobre como a postura comercial de Trump está a remodelar as finanças globais. Quando as empresas deslocam tanto as suas relações comerciais COMO as suas fontes de financiamento para longe dos mercados dominados pelo dólar, estamos a assistir a uma mudança estrutural em tempo real.

O padrão é bastante claro— a pressão tarifária leva as empresas asiáticas a diversificarem os parceiros comerciais, o que depois cria procura por financiamento nesses novos mercados. Porque pagar em dólares e lidar com a burocracia regulatória dos EUA quando se pode captar capital mais perto de onde realmente se faz negócio?

Para as criptomoedas e ativos digitais, isto é mais importante do que as pessoas imaginam. À medida que as finanças tradicionais se fragmentam geograficamente, as alternativas descentralizadas começam a parecer menos especulação e mais infraestrutura. Liquidações transfronteiriças, pools de liquidez multimoeda, financiamento comercial tokenizado — estes não são apenas chavões quando os mercados de capitais estão literalmente a redesenhar os seus mapas.

O domínio dos EUA na captação de capital global? Não está a colapsar de um dia para o outro, mas está claramente a enfraquecer. E cada ponto base de quota de mercado que se desloca para leste é mais uma prova de que a hegemonia financeira não é permanente — conquista-se, e pode perder-se.