
Gráfico: https://www.gate.com/trade/BTC_USDT
O mercado de criptomoedas voltou a registrar forte volatilidade nos últimos dias. O Bitcoin acumulou queda superior a 30% em relação ao seu pico anual, pressionado por vendas intensas. De acordo com o Investing.com, uma onda de liquidações alavancadas levou instituições e exchanges a encerrarem posições, empurrando o Bitcoin para abaixo de US$90.000. Esse cenário abalou diretamente a confiança em ativos de alto risco. Como principal referência do universo digital, a correção do Bitcoin rapidamente repercutiu em todo o mercado.
A MicroStrategy (NASDAQ: MSTR) começou como uma empresa de software e inteligência empresarial. Após se tornar uma empresa referência em Bitcoin, o desempenho de suas ações passou a refletir diretamente as oscilações do preço do Bitcoin. Segundo o Yahoo Finance, a companhia detém atualmente mais de 649.000 Bitcoins, sendo a maior detentora corporativa do ativo. O modelo de negócios da MicroStrategy funciona assim: ela emite ações ou títulos conversíveis, utiliza os recursos para comprar Bitcoin e se beneficia da valorização do criptoativo, que eleva seu valor contábil e, consequentemente, o ágio das ações. Por outro lado, quando o Bitcoin cai, o preço das ações também recua. Os dados mais recentes mostram que a ação recuou de uma máxima de aproximadamente US$456 para cerca de US$186. Assim, a correção do Bitcoin ampliou significativamente o risco da MicroStrategy.
Segundo o Barchart, o preço da ação da MicroStrategy caiu abaixo do valor contábil pela primeira vez. Até então, a ação negociava com ágio em relação aos Bitcoins em carteira. Ao atingir cerca de US$185, o mercado mostra que investidores não estão mais dispostos a pagar sobrepreço pela exposição ao Bitcoin. Tecnicamente, a perda desse suporte psicológico pode disparar novas ordens de stop-loss. Paralelamente, analistas alertam para o risco de exclusão da empresa de índices importantes. Nesse contexto, o impacto da correção do Bitcoin é direto: a queda da criptomoeda provoca a desvalorização da MicroStrategy.
Enquanto a MicroStrategy segue comprando Bitcoin, aumentam as preocupações sobre custos de financiamento, diluição de ações e alavancagem. Fontes do setor destacam que, mesmo que o Bitcoin volte a subir, as ações da companhia podem enfrentar dificuldades para recuperar o prêmio de antes.
Outro risco é que, se o Bitcoin cair ainda mais, o valor líquido das reservas da MicroStrategy tende a encolher, comprometendo sua capacidade de financiamento e a confiança dos acionistas. Em suma, o papel da empresa como representante do Bitcoin mostrou-se altamente vulnerável nesta correção.
Ainda assim, há espaço para um otimismo cauteloso. Alguns investidores enxergam oportunidade em “comprar na baixa”. Analistas ressaltam que, se a ação se aproximar dos US$185 e o Bitcoin recuperar força até o fim do ano, um movimento de recuperação pode ocorrer.
Diante do cenário atual, considere as seguintes recomendações:
Em resumo, a queda da MicroStrategy abaixo de US$185 é resultado direto da correção do Bitcoin. O modelo de negócios da empresa potencializa ganhos em mercados de alta e amplia riscos em tempos de queda. Para o investidor, compreender a forte relação com o Bitcoin é fundamental para tomar decisões assertivas de compra ou venda.





