O Primeiro-Ministro do Japão está a avançar com um pacote massivo de estímulo fiscal, mas aqui está o problema – isto pode simplesmente sair pela culatra de forma espetacular. A dimensão deste despesismo está a levantar sobrancelhas nos círculos financeiros, e com razão.
Quando se injeta tanto dinheiro do governo numa economia que já enfrenta desafios estruturais, não se está necessariamente a resolver problemas. Pode-se, na verdade, estar a criar novos. O timing parece desajustado, a execução é questionável.
O que é particularmente preocupante? O efeito multiplicador em que todos apostam pode não se materializar da forma que os decisores políticos esperam. Atirar dinheiro a uma economia anémica sem abordar as questões subjacentes de produtividade é como tratar os sintomas ignorando a doença.
Os mercados estão a acompanhar isto de perto. Negociadores de moeda, investidores em obrigações, qualquer pessoa com exposição a ativos japoneses está a recalibrar as suas posições. Porque se esta experiência fiscal correr mal, os efeitos de contágio não ficarão confinados às fronteiras do Japão.
A ironia? Políticas desenhadas para estimular o crescimento podem acabar por o restringir, especialmente se provocarem preocupações com a inflação ou minarem a credibilidade fiscal. Já vimos este filme noutras economias. O final nem sempre é bonito.
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DegenDreamer
· 10h atrás
A operação do Japão é realmente uma mentalidade de jogador, gastar dinheiro não resolve o problema estrutural, e no final, quando a inflação explode, quem vai pagar a conta?
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AlphaBrain
· 10h atrás
Para ser sincero, este truque já está ultrapassado, problemas que podem ser resolvidos com dinheiro já teriam sido resolvidos há muito tempo. O Japão está a jogar com a própria vida.
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TokenomicsDetective
· 10h atrás
Esta manobra do Japão, eu só quero perguntar — espalhar dinheiro realmente pode salvar a economia? Sinto que é apenas uma forma de encobrir o problema fundamental.
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DegenMcsleepless
· 10h atrás
ngl, a operação do Japão nesta vez é realmente absurda... jogar dinheiro não resolve problemas estruturais
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Mais uma vez essa velha tática, gastar dinheiro à toa, não resolve o problema de fundo, e quando a inflação subir, quem vai pagar a conta
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A dívida do Japão já é alta o suficiente e ainda está aumentando a alavancagem... isso não é um suicídio?
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O mercado já está acumulando posições curtas em ienes, esperando ver esse espetáculo desmoronar
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Tratar os sintomas e não a doença de base, típico de beber veneno para matar a sede, mais cedo ou mais tarde vai acabar mal
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Sério, fazer a impressão de dinheiro não resolve o problema da baixa produtividade, acordem
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Já vimos esse ciclo, desta vez o Japão com certeza vai fracassar...
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Falando francamente, é um show político, apostando com o dinheiro dos contribuintes
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Espera aí, como está a reação nos rendimentos da dívida japonesa? Certamente alguém vai fazer perda de corte
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A produtividade não aumentou, mas a inflação já começou, esse é o verdadeiro modo infernal do Japão
O Primeiro-Ministro do Japão está a avançar com um pacote massivo de estímulo fiscal, mas aqui está o problema – isto pode simplesmente sair pela culatra de forma espetacular. A dimensão deste despesismo está a levantar sobrancelhas nos círculos financeiros, e com razão.
Quando se injeta tanto dinheiro do governo numa economia que já enfrenta desafios estruturais, não se está necessariamente a resolver problemas. Pode-se, na verdade, estar a criar novos. O timing parece desajustado, a execução é questionável.
O que é particularmente preocupante? O efeito multiplicador em que todos apostam pode não se materializar da forma que os decisores políticos esperam. Atirar dinheiro a uma economia anémica sem abordar as questões subjacentes de produtividade é como tratar os sintomas ignorando a doença.
Os mercados estão a acompanhar isto de perto. Negociadores de moeda, investidores em obrigações, qualquer pessoa com exposição a ativos japoneses está a recalibrar as suas posições. Porque se esta experiência fiscal correr mal, os efeitos de contágio não ficarão confinados às fronteiras do Japão.
A ironia? Políticas desenhadas para estimular o crescimento podem acabar por o restringir, especialmente se provocarem preocupações com a inflação ou minarem a credibilidade fiscal. Já vimos este filme noutras economias. O final nem sempre é bonito.