Recentemente, aquela grande figura voltou a fazer declarações, dizendo que, se não houver corte de juros em dezembro, o ministro das Finanças, Besente, terá de fazer as malas e ir embora. Claro que isto é, na sua maioria, um teatro encenado, mas o mercado de facto começou a lateralizar após uma forte queda.

O vice-presidente da Fed aproveitou para adotar um tom mais dovish, depois de o mercado ter chegado a prever uma probabilidade de 70% de não haver cortes de juros; agora o vento mudou novamente e a probabilidade de corte regressou aos 70%. Há até um mercado de previsões não relacionado com apostas que aponta para uma probabilidade de 75% de corte de juros.

Olhando para a possibilidade de paragem do quantitative tightening em dezembro, é como se uma das duas bombas de drenagem fosse desligada. A outra, referente à dívida pública, é um problema sem solução, mas pelo menos o ritmo de aperto da liquidez vai abrandar. No curto prazo, o mercado continuará volátil, podendo mesmo haver outra correção profunda — embora ninguém deseje ver isso.

A estratégia agora é guardar munições e manter os ativos à mão, sem movimentos precipitados. As regras tradicionais do ciclo de quatro anos já não se aplicam como antes, por isso não contem com o clássico “ao fim de quatro anos vem o mercado urso”. Agora, é preciso olhar mais para o desempenho do setor tecnológico das ações norte-americanas, que é o verdadeiro indicador de tendência.

É tudo o que posso dizer por agora. Espero que, quando o mercado disparar, todos continuem firmes no comboio.