Cada vez repito para mim próprio: "Desta vez é mesmo diferente", e o resultado? Mais uma vez o mesmo guião de sempre.

Já devia saber que ia ser assim, já devia ter saído, já devia ter... Mas acabo sempre por querer aquele último trago. Falta um minuto, falta um ponto, e vejo os lucros a evaporarem-se diante dos meus olhos. Quando sobe, acho que ainda pode voar mais alto; quando desce, estou certo de que "vai continuar a cair" — é um vai e vem de autoenganos.

A posição descontrola-se, o sistema é ignorado, toda a disciplina fica para trás. Só quando perco tudo é que me lembro: "Da próxima vez vou com calma", "Desta vez vou mesmo controlar a posição" — quantas vezes já prometi isso para a próxima?

O que mais custa não são os números na conta, é não ter coragem de contar à família. No fim, a quem devo desculpas é sempre à família. Dizem que isto se chama investimento em valor, que daqui a cinco anos se vê? Poupa-me, nem eu consigo acreditar nisso.