O casamento está condenado desde o início a fazer ambas as partes sentirem que ficam a perder, porque o homem entra no casamento com a expectativa de “vou carregar uma família às costas”, enquanto a mulher entra com a ilusão de “tens de valorizar tudo o que eu dou”. No fim, o homem descobre que a responsabilidade o sufoca, e a mulher percebe que o seu esforço é tratado como pano de fundo assumido. Cada um sente-se tão injustiçado do seu lado que até lhe apetece chorar, enquanto o outro só vê aquilo que não foi feito. O homem pensa: “Já estou exausto, e ainda assim não estás satisfeita?”; a mulher pensa: “Dei tudo de mim e ainda achas que estou a exagerar?” Nenhum dos dois quer ser mau, mas ambos vivem como se tivessem sido enganados pela vida.
O lado mais traiçoeiro do casamento não é o quotidiano, mas sim a expressão “é o que se espera”. O homem trabalhar para ganhar dinheiro é o que se espera, a mulher cuidar dos filhos é o que se espera, o esforço de cada um é tomado como garantido, a tristeza de cada um é suportada sozinho. O amor é um bónus antes do casamento, mas depois do casamento volta a zero. Antes, um pequeno gesto merecia um agradecimento emocionado; depois, dez vezes mais esforço só recebe um “não é isso o que devias fazer?”. Assim, todo o doce se torna insípido, todo o amargo ganha intensidade, e todo o esforço parece desaparecer num buraco negro sem eco.
Por isso, no casamento, ninguém deve nada a ninguém; ambos sentem que são eles próprios os que mais se sacrificam, aguentam e sofrem. O homem pensa: “Eu carrego a família toda”, a mulher pensa: “Eu carrego o mundo inteiro”. Ambos parecem lutar sozinhos contra a vida, convencidos de que o outro vive com facilidade. O sentimento de dívida no casamento nunca é criado pelo outro, mas sim pela vida — porque cada um está preso à sua própria dor, achando sempre que o outro não se esforça o suficiente.
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O casamento está condenado desde o início a fazer ambas as partes sentirem que ficam a perder, porque o homem entra no casamento com a expectativa de “vou carregar uma família às costas”, enquanto a mulher entra com a ilusão de “tens de valorizar tudo o que eu dou”. No fim, o homem descobre que a responsabilidade o sufoca, e a mulher percebe que o seu esforço é tratado como pano de fundo assumido. Cada um sente-se tão injustiçado do seu lado que até lhe apetece chorar, enquanto o outro só vê aquilo que não foi feito. O homem pensa: “Já estou exausto, e ainda assim não estás satisfeita?”; a mulher pensa: “Dei tudo de mim e ainda achas que estou a exagerar?” Nenhum dos dois quer ser mau, mas ambos vivem como se tivessem sido enganados pela vida.
O lado mais traiçoeiro do casamento não é o quotidiano, mas sim a expressão “é o que se espera”. O homem trabalhar para ganhar dinheiro é o que se espera, a mulher cuidar dos filhos é o que se espera, o esforço de cada um é tomado como garantido, a tristeza de cada um é suportada sozinho. O amor é um bónus antes do casamento, mas depois do casamento volta a zero. Antes, um pequeno gesto merecia um agradecimento emocionado; depois, dez vezes mais esforço só recebe um “não é isso o que devias fazer?”. Assim, todo o doce se torna insípido, todo o amargo ganha intensidade, e todo o esforço parece desaparecer num buraco negro sem eco.
Por isso, no casamento, ninguém deve nada a ninguém; ambos sentem que são eles próprios os que mais se sacrificam, aguentam e sofrem. O homem pensa: “Eu carrego a família toda”, a mulher pensa: “Eu carrego o mundo inteiro”. Ambos parecem lutar sozinhos contra a vida, convencidos de que o outro vive com facilidade. O sentimento de dívida no casamento nunca é criado pelo outro, mas sim pela vida — porque cada um está preso à sua própria dor, achando sempre que o outro não se esforça o suficiente.