O CPI e o core CPI dos EUA vieram conforme esperado pelo mercado na semana passada, mas os preços dos bens essenciais foram pressionados pelos efeitos das tarifas sobre automóveis.
O CPI americano subiu 0,4% mês a mês em agosto e 2,9% ano a ano; já o core CPI subiu 0,3% mês a mês e 3,1% ano a ano, ambos alinhados às expectativas do mercado. Entre os componentes, o preço dos bens essenciais aumentou 1,5% ano a ano, maior nível desde maio de 2023, mostrando mudança do cenário de deflação para inflação desses produtos entre 2023 e 2024. No setor automotivo, carros usados subiram 1,0%, carros novos 0,3% e peças automotivas exceto pneus 1,7%, evidenciando o impacto das tarifas.
Mesmo sem surpresa na inflação de agosto, a tendência não se aproxima da meta de 2% do Fed — na verdade, se distancia ainda mais. Isso ocorre diante do enfraquecimento acentuado dos dados de emprego e do mercado de trabalho estagnado. Com os números do emprego piorando, o Fed deve cortar juros antes; no entanto, diante da contração de oferta, riscos de estagflação ganham relevância. Os dados recentes mostram crescimento do emprego quase nulo nos EUA e manutenção das pressões inflacionárias — sugerindo que, em curto prazo, o risco de “estagnação” supera o de “inflação”.
O evento central da semana é a reunião do FOMC na quinta-feira, com corte de juros largamente esperado. O mercado trabalha com alta probabilidade de corte de 25 bps, mas existe chance menor de corte de 50 bps. Também serão atualizadas as projeções de taxas de juros no gráfico de pontos do FOMC, trazendo orientação relevante sobre as expectativas dos formuladores de política monetária para os próximos anos. Projeções anteriores indicam expectativa mediana de taxa dos Fed Funds em 3,6% para 2026, 3,4% em 2027 e 3,0% no longo prazo. (1, 2)
Gráfico de Pontos, Reunião FOMC 18 de Junho
DXY
O índice do dólar dos EUA teve leve alta na última sexta, mas manteve queda semanal de 0,1%, acumulando duas semanas consecutivas de baixa devido à fraqueza dos dados econômicos e expectativa de corte de juros. (3)
Rendimento do título de 10 anos dos EUA
O rendimento do título de 10 anos dos EUA manteve variação estável entre 4,00% e 4,10%, mostrando que o mercado está próximo do consenso quanto à precificação dos ativos antes do anúncio do corte. (4)
Ouro
O preço do ouro subiu levemente na sexta-feira, próximo ao recorde de US$ 3 673,95 registrado na terça anterior, com sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho dos EUA reforçando expectativas de corte de juros pelo Fed este ano. (5)
Preço BTC
Preço ETH
Relação ETH/BTC
Na última semana, os ETFs americanos de Bitcoin registraram entradas robustas de US$ 2,34B, com o preço do BTC mantendo estabilidade. O Ethereum valorizou cerca de 7% após reversão de saídas nos ETFs de ETH e entradas líquidas de US$ 640M.
No on-chain, as filas para saída de validadores ETH atingiram US$ 2,6M em 11 de setembro, motivadas principalmente pela Kiln, importante provedora de staking, que tomou medidas preventivas. Dias antes, hackers comprometeram a API do validador Solana da SwissBorg (operado via Kiln), causando perda de US$ 41M em SOL. Com os ativos ETH preservados, a Kiln realizou retiradas proativas de mais de 1 milhão de ETH do staking para mitigar riscos. (6)
Com o desempenho superior do ETH em relação ao BTC, a relação ETH/BTC subiu para 0,04.
Marketcap Total Cripto
Marketcap Total Cripto Excluindo BTC e ETH
Marketcap Total Cripto Excluindo Top 10
A capitalização total do mercado cripto subiu cerca de 5% para US$ 3,98T, enquanto o segmento de altcoins (ex-BTC e ETH) avançou cerca de 7% para US$ 1,13T, impulsionado por altas de SOL, DOGE, AVAX e MNT.
Fonte: Coinmarketcap e Gate Ventures em 15 de setembro de 2025
O mercado de altcoins sustentou força na semana, liderado pelo Mantle (MNT) que avançou mais de 40%.
A alta da MNT foi puxada por fundamentos sólidos: integração profunda com Bybit (descontos, garantia, pagamento), perspectivas de recompra e queima de tokens, valorização relativa frente aos concorrentes e expansão do ecossistema. O ponto-chave é o mercado precificando MNT acima de outros tokens de CEX como BNB e OKB, com especulação de que a Mantle siga o exemplo da OKB e inicie recompra.
Dogecoin (DOGE) ficou em segundo lugar, subindo cerca de 20%, motivada por notícias de ETF DOGE, mesmo com novo adiamento do processo de aprovação. (7, 8)
Avalanche (AVAX) teve valorização de cerca de 19%, sustentada pelo volume crescente em DeFi. Na última semana, DEXs da Avalanche movimentaram cerca de US$ 3,8B, maior volume desde março de 2024. A alta foi puxada por
o lançamento do sUSDe da Ethena Labs em parceria com a Pendle, que viabiliza mercados de rendimento fixo e variável na Avalanche;
Benqi, maior protocolo de empréstimo da Avalanche, que viu o TVL subir cerca de 18%.(9)
Avantis (AVNT), perps DEX na Base com suporte da Base Foundation e Pantera Capital, oferece negociação alavancada em cripto, commodities, forex e ações. AVNT estreou na Binance Alpha e Binance Futures em 9 de setembro, com listagem spot simultânea na Coinbase. Desde então, o token ganhou força, saltando quase 10x após listagens nas exchanges coreanas Bithumb e Upbit.
Linea (LINEA), rollup Layer-2 desenvolvido pela Consensys sobre Ethereum, conta com parceiros relevantes e oferece execução de baixo custo com plena equivalência ao EVM. O LINEA estreou com TGE e listagem nas principais exchanges, incluindo Binance e Bybit, junto à integração em protocolos DeFi. O token ganhou tração após destaque no OKX Boost Launch, ampliando liquidez e acesso a varejo.
A Forward Industries (FORD) anunciou investimento PIPE de US$ 1,65B para construir tesouraria digital focada em Solana, liderada por Galaxy Digital, Jump Crypto e Multicoin Capital e participação da C/M Capital Partners. Os parceiros proporcionarão capital e suporte estratégico para posicionar a Forward como principal participante institucional pública no ecossistema Solana. Pelo acordo, Kyle Samani, cofundador da Multicoin, deve assumir a presidência do conselho, enquanto Galaxy e Jump entram como observadores. Cantor Fitzgerald & Co. é agente líder, com Galaxy Investment Banking como co-agente e consultor financeiro.
Solana foi classificada pela gestão como aposta de alta convicção, citando ritmo de desenvolvimento, adoção e desempenho, enquanto os parceiros trazem expertise: Galaxy aconselhará em trading, empréstimos, staking e risco; Jump segue fortalecendo a infraestrutura via o validador Firedancer. Se executada em escala, a iniciativa coloca a Forward entre as maiores tesourarias digitais públicas, elevando Solana junto a reservas corporativas tradicionais de BTC/ETH. O PIPE financiará operações ativas de SOL, impulsionando a migração da Forward para estratégia de balanço nativa em cripto, alinhada à infraestrutura institucional Solana. (10, 11)
A Tether apresentou o USAT, sua primeira stablecoin em conformidade com a legislação dos EUA, marcando entrada formal no mercado americano, dominado pela Circle USDC. O token será emitido por Anchorage Digital Bank e reserva gerida por Cantor Fitzgerald. Bo Hines, ex-assessor de política cripto da Casa Branca, comandará a nova operação americana da Tether.
O USAT segue o padrão GENIUS Act, operando em trilhos regulados: saldos e fluxos transparentes e rastreáveis, sem rendimento de juros. A Tether enquadra USAT como estratégia “hedge and expand”: o USDT segue como opção offshore e permissionless, enquanto o USAT oferece alternativa regulada para bancos, empresas e fintechs. Anchorage e Cantor também terão participação acionária e dividirão receitas de reservas, com detalhes pendentes. As operações nos EUA serão em Charlotte, Carolina do Norte; o HQ internacional permanece em El Salvador.
A disputa é intensa. O suprimento de USDT chega a quase US$ 170B contra cerca de US$ 73B do USDC, e a Tether regulada pode ameaçar o status do USDC como dólar “compliant”. Regiões dominadas pelo USDC, como Hyperliquid, podem sofrer pressão e integração passa a ser trunfo. O USAT pode facilitar pagamentos, ampliar liquidez e atrair institucionais. Críticos apontam perda de privacidade, já que a rede é permissionada e todas as transações são rastreáveis — diferente do modelo aberto original do cripto. (12, 13)
MegaETH, Layer 2 protegida por Ethereum, lança a stablecoin nativa USDm desenvolvida com Ethena para substituir margens do sequenciador e direcionar rendimento das reservas ao custeio operacional da rede. O USDm será emitido na infraestrutura USDtb da Ethena, com reservas majoritariamente alocadas em títulos tokenizados pela BlackRock (BUIDL) via Securitize e stablecoins líquidas para resgate, proporcionando lastro institucional e transparência. O USDtb soma US$ 1,5B e está em conformidade com o GENIUS Act pelo Anchorage Digital Bank.
O USDm será integrado a carteiras, paymasters, Dapps e serviços MegaETH; opções como USDT0 e cUSD seguem disponíveis. O testnet público demonstra bloco de ~10 ms e mais de 20k TPS, com meta de 100k TPS mantendo a composabilidade Ethereum e viabilizando apps de streaming em tempo real e taxa abaixo de centavos.
No modelo econômico, o rendimento das reservas do USDm vai para OPEX do sequenciador, não para lucro da chain. Detalhes sobre receita MEV e alternativas de yield para usuários dependem do GENIUS Act, tornando a cobertura operacional o passo inicial, com possível evolução conforme a maturidade da rede.(14, 15, 16)
A Ethena Labs fez investimento estratégico na Based, maior plataforma de builder codes da Hyperliquid, acelerando a adoção do USDe. A Based responde por quase 7% do volume de perpétuos de 24h da Hyperliquid, e a parceria visa fortalecer liquidez e expandir casos de uso de stablecoin na exchange.
A aliança torna a Based parceira chave da Ethena para USDe, USDtb e novos produtos. Ethena anunciou integração do USDe tanto em fluxos de negociação quanto no cartão de débito da Based, permitindo uso global da stablecoin e funcionalidade de yield embutida. Stakers sENA ganham acesso exclusivo aos Based Points.
O objetivo é unir negociação e pagamentos, conectando liquidez on-chain a trilhos financeiros reais. Ethena segue expandindo o USDe como ativo central de colateral e liquidação na economia digital. (17, 18)
Inversion captou US$ 26,5M em rodada seed para aplicar modelo de private equity na adoção cripto, adquirindo negócios tradicionais e implantando infraestrutura blockchain. A rodada teve apoio de Dragonfly, Lightspeed Venture Partners, ParaFi Capital, Mirana Ventures, HashKey Capital, VanEck, Volt Capital, Race Capital, Moonrock Capital, Bodhi Ventures e outros.
A empresa desenvolve a Inversion L1, Layer 1 baseada em Avalanche para estratégias private equity nativas em cripto. O foco está em empresas off-chain geradoras de caixa, utilizando pagamentos em stablecoin e serviços financeiros on-chain para reduzir custos, acelerar liquidação e diversificar receitas com horizonte de longo prazo. O modelo é visto como distribuição-first: adquirir o cliente e integrar cripto como infraestrutura invisível, não como ideologia. VanEck resume o propósito como trocar foco de TVL especulativo por GDP on-chain, extraindo valor real da atividade econômica na rede Inversion. Com trilhos de stablecoin se expandindo globalmente, a Inversion é posicionada para capturar volume trilionário de pagamentos à medida que empresas migram para dinheiro programável.
Com o capital captado, Inversion vai buscar aquisições e transferir receitas reais para on-chain, validando a tese de que o upgrade blockchain simplifica operações, melhora liquidez e padroniza compliance em um portfólio moderno tokenizado. (19, 20, 21)
Recoveris, sediada na Suíça, levantou CHF 1M (cerca de US$ 1,26M) em rodada seed liderada pela VerifyVASP para construir o AI-enhanced Blockchain Investigation Management System (BIMS). A plataforma permite automação de casos complexos, otimiza fluxos de trabalho e aprimora comunicação entre stakeholders em investigações cross-chain. O serviço de recuperação já atende exchanges, projetos DeFi, bancos, seguradoras, escritórios de advocacia e pessoas físicas, com profundo know-how forense e experiência prática. Os recursos captados serão focados exclusivamente no desenvolvimento do produto.
VerifyVASP vai fornecer datasets transacionais VASP e expertise Travel Rule, fortalecendo o BIMS com contexto auditável para compliance, FIU e autoridades internacionais. O aporte é descrito como “combustível de foguete” para a evolução do produto. A direção destaca que ferramentas de IA são estratégicas diante do crescimento dos crimes digitais, promovendo ecossistema Web3 mais seguro e compliant. (22, 23)
Na última semana foram fechados 14 deals, com Infra liderando com 5 contratos (36%), Data também 5 (36%), Gamefi com 1 (7%) e DeFi com 3 (21%).
Resumo dos deals semanais, Fonte: Cryptorank e Gate Ventures em 15 de setembro de 2025
O total captado divulgado foi de US$ 594M; 43% dos deals (6 de 14) não publicaram valores. O maior volume veio do setor Data: US$ 506M. Destaques: Rapyd US$ 500M, Gemini US$ 50M.
Resumo dos deals semanais, Fonte: Cryptorank e Gate Ventures em 15 de setembro de 2025
O total semanal captado subiu para US$ 594M na 2ª semana de setembro de 2025, aumento de +95% ante a semana anterior. O fundraising semanal cresceu +81% ano contra ano no mesmo período.
Gate Ventures, braço de venture capital da Gate, se dedica a investir em infraestrutura descentralizada, middleware e aplicações capazes de transformar relações sociais e financeiras na era Web 3.0. Atuando junto a líderes globais, a Gate Ventures apoia equipes e startups preparadas para reinventar as interações digitais e financeiras.
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